img A Morgadinha dos Cannaviaes  /  Chapter 4 No.4 | 11.43%
Download App
Reading History

Chapter 4 No.4

Word Count: 5872    |    Released on: 06/12/2017

o dava a entender o nome, pelo qual o povo a conhec

am em ruinas ou transformados em solar de alguma notabilida

nte pre?o, vendido a um modesto proprietario das immedia??es, mais arrojado do que os vizinhos,

empregado, regalando-o todos os annos com n?o calculados juros, e elle, sem intermittencias, cresceu d'ahi po

cruz de pedra marcando antigos logares de devo??o; no alto de algumas portas conservava-se visivel o emblema e divisa da ordem, ou restos de inscrip??es latinas; nas paredes da arcaria, em que se apoiava

os seculares, alcatifada de relva, que, sobretudo dos lados, por pouco trilhada,

or esta avenida, dominado por a intima commo??o e sentimento quasi de temor,

por entre estas arvores gigantes, se via passar, como um phantasma, o habito escuro do monge, cuja sombra o

rreiro de perfeita fórma rectangular, limitado ao fundo pela fachada da casa, e lateralmente por elevadas paredes, armadas á mane

e purissima agua; porém as medidas economicas do ultimo proprietario e as exigencias dos seus projectos agricolas haviam deri

uito que tinham invadido a b?ca dos encanamentos inuteis onde encontravam asylo impertu

mpano lhe davam a menos pretenciosa apparencia monumental. Imagine-se uma vasta casaria de um andar além do terreo, com muitas janellas de peitoril e uma só varanda de pedra sobranceira á porta principal;

sentado em um banco de pedra, que havia á porta de casa, se estava aquecendo ao so

saudar com grave cortezia, que deixou a descoberto o solideo fradesco com que res

rocurar as senhoras, com nova cortezia lhe fez signal para que o

rta de uma primeira sala, e, voltando-se, pediu-lhe para que lhe dissesse quem havia de annunciar. Henrique deu-l

u-se por outra porta

ro lavrado e alto espaldar, mesas de pés em espiral, e pelas paredes alguns ennegrecid

ue, chegaram aos ouvidos d'este, de mistura com um tinir de lou?as e de crystaes, as vozes e risos de crean?as, que falavam ao mesmo tempo. Com a entrada d

que esteve, Torquato!

eou n?o sei o quê, a que a

ito é fazel-o es

he chamaram-appareceu outra vez e fez signal a

ura bonita, correu, com instincto de perfeito homem de c?rte, os dedos pelo

m tudo. Era moderno o estuque do tecto, modernissimo o papel que forrava as paredes, e a mobilia toda de um cunho de actualidade, visivel aos olhos menos pesquizadores.

e uma cortina corrida sobre o passado. A porta, que e

fronte de si um prato de odorifera s?pa. Em pé, á cabeceira, presidia ao lunch infantil uma mulher, de quem Henrique só p?de notar vagamente os contornos geraes do c

rique, ella disse

ente se acha, quando lhe annunciam uma visita. é as

minha senhora-respondeu Henri

ntes, com que ellas, promptamente, e quasi sempre com a certeza de um verdadeiro instincto, decidem pa

que a occupa??o domestica, na qual estava empenhada. Mostrava receber-lh

Henrique, quando, ao chegar perto d'ell

onheceu a leitora da deveza, a interess

s penteados com tanta gra?a como singeleza. Em vez do longo chale de casimira, trazia agora uma especie de jaqueta, curta e larga, apertada por alamares, de fórma pouco

ida a quem era causa d'ella e que lhe corre

dendo aquelle gesto-mas ignorava que vinha encon

eu essa

.a effec

já nos

dizer, eu j

isto nunca. Apesar d'isso sei que é o sr. Henrique de Souzellas, sobr

enho de v. ex.a n?o é antigo tamb

movimento de labios e deu á cabe?a uma ligeira inclina??o sobre o hombro, d'onde resultou para aquel

ena commovente. O logar era uma deveza; uma joven senhora... joven e... e com outras qualidades, além d'esta, para e

o deixou

s pobres, e n?o me deixou sem que eu lhe abrandasse a ancia de cora??o que a affligia. Coitados! Que havia eu de fazer? Diga-me, já pensou no supplicio que deve ser olhar a gente para uma folha de papel escripta, na qual sabemos que se fala de uma pessoa querida, e

la porém n?o ouviu, entretida já a esc

que está a deitar a s?

foi ella que primeiro a deitou no

o familiar, de que se serviam as crean?as.-Olhem agora se teem j

ebera antes e folgava com a modifica??o.-Será irm?? Talvez... Ou mestra... é mais provav

vando

uma scena de um precioso liv

ua

rth

A

nhe

estar a distribuir as ra??es d'estas crean?as? Que mulher ha que n?o seja Carlota, n

r q

nta sensa??o o es

ia.-Deve ser essa uma das causas; mas n?

ntado de saber que a sua inte

mudar de convers

e parece esta

o frio, a chuva, o cansa?o. Esta manh?, porém, a transforma??o foi completa. Estou encantado, fascinado! N'

ades ou defeitos de educa??o n?o se perdem assim depres

?o o doutor, que me prometteu a cura das minhas doen?a

-lhe isso? E esp

andei mais do que uma semana inteira ando em Lis

ssas que inda tem para vêr? A nossa p

terra? Do quasi nada que d'ella o

, que nos obriga a uma exclama??o. Mas ha por ahi certos cicerones, que insistem em

r esse o meu systema de cura. Interessar-me por tudo o que a um homem da aldeia interessa. Foi o regime

o interesse por as quest?esinhas da terra; deve, por exemplo, declarar-se pelo abbade contra a junta de parochia ou pela junta de paroch

tar em perpetua admira??o deante de uns certos nomes famosos que ha sempre em todas as terras pequenas, e que nos atiram á cabe?a a cada momento. Por exemplo, aqui já sei de um, com que ench

e uma maneira sing

ouvido falar muito

a essa entidade, para mim desconhecida. Este nome anda-me já nos ouvidos, como um estribilho de cantiga popular; na est

citado a curiosidade

o de nem perguntar por ella. E de

a imagina? Annica, n?o

arnada como uma rom?, sobre quem os vestidos á moda assentam como pendurados de um cabide, as m?os cheias de anneis,

julgue-o por si já que

om

a dos Cannav

Excelle

do mundo, esteve por muito tempo sem sabe

os riam, por contagio, sem saberem de quê.

gdalena-confesse que o está lisonjea

m que, horas antes, esbo?ára rapidamente a figura esbelta da mo

a sua imperfei??o, está de accordo com

a vista para a

des

resultados s?o lastimosos, como estes. Perd?e-me o ori

em Henrique um o

delicado... ou pelo menos pouco amavel, se me n?o dirigisse d'essas phrases conceituosas e bonitas. Vive-se d'isso lá. Aqui acho-as affectadas e inuteis... Que quer? Influencias da scena. Ha tanta semcerem

ex.a já

lá e lá

bem s

que eu desejaria mu

e ouvir falar v. ex.a, só ao vêr certa distinc?

nto, que tem umas pou

interjei??o

p?r que é um symptoma da doen?a das cidades, a meu vêr, a principal doen?a, que o obrigou a procurar a aldeia; da iniquidade, da injusti?a, que faz á educa??o que se pode dar na provincia, ha de convencer-se dentro em pouco, quando eu lhe apresentar minha prima Christina, uma rapariga, que tem vivido aqui sempre e

v. ex

que hei de por for?a ter. N?o me s?a bem o impertinente tratamento de excellencia, que me dá. Essa excellencia está a ped

r ent?o q

o sr. Henrique sobrinho direito de D. Dorothéa, e teimando minha tia Victoria, a m?e d'estes pequenos e de Christina, que D. Dorothéa é ainda uma especie de nossa tia arredada, e como tal a tratamos, nós a final de contas vimos a ser uma especie de primos tambem. Pelo menos

ncipio falso, admittido pela fidalguia em Portugal, d

pois a

ajus

que ia diz

tinha estado muito tempo em Lisboa e

da. Seja; é um sacrificio inevitavel a quem se vê pela primeira v

crean?a uma fatia de quei

as, tranquillise-se. Eu sou filha

ta, sendo indigitado para ministro na primeira reforma ministerial, homem influente, de grande capacidade

mportancia no paiz, fitou Magdalena com olhar estupefacto: t?

lheiro Manuel B

s doze annos, e incompleta a educa??o que ella principiára a dar-me e para a qual, se vivesse, ella só bastaria. Fui pois obrigada a voltar a Lisboa, onde continuei com mestra a minha educa??o. Mas, ao chegar á idade dos quinze annos, receiando meu pae que os ares da cidade desenvolvessem em mim germens de molestia, que porventura tivesse herdado, mandou-me outra vez para aqui, onde sempre passava alguns mezes no anno, e para onde me chama

que a mais carinhosa

pae devo, em parte, o ter aprendido cedo e

edeu o conselhei

tinhas a fazer por ella, e como, pela sua parte ella nada faz por ti, enfastias-te, can?as-te de conceber, a cada momento, brinquedos novos. Tens raz?o; onze annos já n?o é idade em que o interesse se sustente com t?o pouco, é necessario mais. Ora dize-me, Lena,-continuou elle-se eu te mandasse vir uma boneca que movesse os bra?os e os olhos, que te sorrisse, que chorasse tambem, que te beijasse até...-Pois ha bonecas assim?-perguntei eu, admirada.-E desejaval-a?-Oh! se a houvesse!...-Trago-t'a ámanh?. N?o dormi aquella noite a pensar na boneca. No dia seguinte apresentou-me meu pae uma crean?a de um anno, orph? de uma pobr

affecta??o, sem deixar até de attender aos primos, o q

Cannaviaes-concluiu ella, desatando o babeir

prima Magdalena?-perguntou Henrique, tomando ao col

nto possuia; n'esse legado entrava a quinta dos Cannaviaes, de que sou proprietaria ainda. Foi uma como confi -é que eu sou realmente a morgadinha dos Cannaviaes. Quero dizer, minha madrinha vivia na quinta dos Cannaviaes, uma quinta que fica d'aqui perto. Era uma senhora velha, rica, elegante e muito caprichosa; chamavam-lhe todos a morgada dos Cannaviaes. Tomou-me ella affei??o, e, sempre que passeiasse, me havi

e sei a pessoa a quem elle pertence, pa

debaixo do desenho de phantasia que ahi fez, da mesma maneira que deu á humilde e fiel jumenta, que eu monta

respondeu

turaes, soccorri-me ao expediente das bellezas

enrique. Repare para essas arvores e ref

usta é comsigo, que se recuse a acceitar, como natur

a, que tem no collo, o está encarando com os olho

nten??o menos lisonjeira do que nas phrases que dissera, porque el

u, saltando, outra crean?a mais crescida, mas ainda d

; queres vêr o que o sr. Augusto s

a, parou a olhar com es

arianna, outra de minhas primas-accrescentou, voltando-se para Henrique.-Já vê que

trangeu por mais tempo; mostrando á prima a

n?o tive m

rria, examin

rianna, quando á mesma porta, por onde ella e

era um rapaz de pouco mais de vinte annos de id

n'aquelle typo um me

to, e havia em toda a sua figura certo ar de dis

abios, como habituados a fecharem-se á saida dos pensamentos in

a palavra, em tom de

eus discipulos

ha senhora-respon

-o a Henrique-o primeiro mestre de meu irm?o

Augusto-que de Angelo sou discipulo tam

s do que mestre, é amigo; assim como de todos nós. Este senhor-continuou ella, concluindo a ap

ram-se com affa

lo?-perguntou em se

ainda o corr

esse! Angelo n?o virá passar a festa comnosco? Pobre rapaz! Par

n'este momento na sala, trazendo um masso de cartas na m?o. Depois de c

ra o sr. Augusto escolher d'ah

Augusto, guardando-as

ler cartas!-disse a morg

ellas, vendo Augusto em disposi??es d

licen?a para me retirar. Tenho d

pequenas do brazileir

im, minha

?o essas

a lisonjear a vaidade do sobredicto brazileiro, se tomass

rtando a m?o a Magdalena que familiarmente

espiritos, que vivem e morrem ignorados e improductivos, porque os n?o aquece o sol do favor p

ndo-o por educar. A m?e, que era d'estes sitios, para ahi veio, depois que viuvou. Elle tem sido, pode dizer-se, mestre de si mesmo. Dirigiu os primeiros estudos de Angelo e hoje é o seu melhor amigo. A morgada, minha madrinha

talvez alg

oi temporario; agora, porém, espera meu pae fazel-o effectivo; para o

aspire a ser ministro. Mas com certeza o cora??

a da sua chegada! N?o o fiz logo, porque as sabia occupadas em umas longas novenas, em que andam; mas agora

o irm?o sai

Henrique-minha tia é uma santa senhora, cujo peor defeito é su

Download App
icon APP STORE
icon GOOGLE PLAY