o dava a entender o nome, pelo qual o povo a conhec
am em ruinas ou transformados em solar de alguma notabilida
nte pre?o, vendido a um modesto proprietario das immedia??es, mais arrojado do que os vizinhos,
empregado, regalando-o todos os annos com n?o calculados juros, e elle, sem intermittencias, cresceu d'ahi po
cruz de pedra marcando antigos logares de devo??o; no alto de algumas portas conservava-se visivel o emblema e divisa da ordem, ou restos de inscrip??es latinas; nas paredes da arcaria, em que se apoiava
os seculares, alcatifada de relva, que, sobretudo dos lados, por pouco trilhada,
or esta avenida, dominado por a intima commo??o e sentimento quasi de temor,
por entre estas arvores gigantes, se via passar, como um phantasma, o habito escuro do monge, cuja sombra o
rreiro de perfeita fórma rectangular, limitado ao fundo pela fachada da casa, e lateralmente por elevadas paredes, armadas á mane
e purissima agua; porém as medidas economicas do ultimo proprietario e as exigencias dos seus projectos agricolas haviam deri
uito que tinham invadido a b?ca dos encanamentos inuteis onde encontravam asylo impertu
mpano lhe davam a menos pretenciosa apparencia monumental. Imagine-se uma vasta casaria de um andar além do terreo, com muitas janellas de peitoril e uma só varanda de pedra sobranceira á porta principal;
sentado em um banco de pedra, que havia á porta de casa, se estava aquecendo ao so
saudar com grave cortezia, que deixou a descoberto o solideo fradesco com que res
rocurar as senhoras, com nova cortezia lhe fez signal para que o
rta de uma primeira sala, e, voltando-se, pediu-lhe para que lhe dissesse quem havia de annunciar. Henrique deu-l
u-se por outra porta
ro lavrado e alto espaldar, mesas de pés em espiral, e pelas paredes alguns ennegrecid
ue, chegaram aos ouvidos d'este, de mistura com um tinir de lou?as e de crystaes, as vozes e risos de crean?as, que falavam ao mesmo tempo. Com a entrada d
que esteve, Torquato!
eou n?o sei o quê, a que a
ito é fazel-o es
he chamaram-appareceu outra vez e fez signal a
ura bonita, correu, com instincto de perfeito homem de c?rte, os dedos pelo
m tudo. Era moderno o estuque do tecto, modernissimo o papel que forrava as paredes, e a mobilia toda de um cunho de actualidade, visivel aos olhos menos pesquizadores.
e uma cortina corrida sobre o passado. A porta, que e
fronte de si um prato de odorifera s?pa. Em pé, á cabeceira, presidia ao lunch infantil uma mulher, de quem Henrique só p?de notar vagamente os contornos geraes do c
rique, ella disse
ente se acha, quando lhe annunciam uma visita. é as
minha senhora-respondeu Henri
ntes, com que ellas, promptamente, e quasi sempre com a certeza de um verdadeiro instincto, decidem pa
que a occupa??o domestica, na qual estava empenhada. Mostrava receber-lh
Henrique, quando, ao chegar perto d'ell
onheceu a leitora da deveza, a interess
s penteados com tanta gra?a como singeleza. Em vez do longo chale de casimira, trazia agora uma especie de jaqueta, curta e larga, apertada por alamares, de fórma pouco
ida a quem era causa d'ella e que lhe corre
dendo aquelle gesto-mas ignorava que vinha encon
eu essa
.a effec
já nos
dizer, eu j
isto nunca. Apesar d'isso sei que é o sr. Henrique de Souzellas, sobr
enho de v. ex.a n?o é antigo tamb
movimento de labios e deu á cabe?a uma ligeira inclina??o sobre o hombro, d'onde resultou para aquel
ena commovente. O logar era uma deveza; uma joven senhora... joven e... e com outras qualidades, além d'esta, para e
o deixou
s pobres, e n?o me deixou sem que eu lhe abrandasse a ancia de cora??o que a affligia. Coitados! Que havia eu de fazer? Diga-me, já pensou no supplicio que deve ser olhar a gente para uma folha de papel escripta, na qual sabemos que se fala de uma pessoa querida, e
la porém n?o ouviu, entretida já a esc
que está a deitar a s?
foi ella que primeiro a deitou no
o familiar, de que se serviam as crean?as.-Olhem agora se teem j
ebera antes e folgava com a modifica??o.-Será irm?? Talvez... Ou mestra... é mais provav
vando
uma scena de um precioso liv
ua
rth
A
nhe
estar a distribuir as ra??es d'estas crean?as? Que mulher ha que n?o seja Carlota, n
r q
nta sensa??o o es
ia.-Deve ser essa uma das causas; mas n?
ntado de saber que a sua inte
mudar de convers
e parece esta
o frio, a chuva, o cansa?o. Esta manh?, porém, a transforma??o foi completa. Estou encantado, fascinado! N'
ades ou defeitos de educa??o n?o se perdem assim depres
?o o doutor, que me prometteu a cura das minhas doen?a
-lhe isso? E esp
andei mais do que uma semana inteira ando em Lis
ssas que inda tem para vêr? A nossa p
terra? Do quasi nada que d'ella o
, que nos obriga a uma exclama??o. Mas ha por ahi certos cicerones, que insistem em
r esse o meu systema de cura. Interessar-me por tudo o que a um homem da aldeia interessa. Foi o regime
o interesse por as quest?esinhas da terra; deve, por exemplo, declarar-se pelo abbade contra a junta de parochia ou pela junta de paroch
tar em perpetua admira??o deante de uns certos nomes famosos que ha sempre em todas as terras pequenas, e que nos atiram á cabe?a a cada momento. Por exemplo, aqui já sei de um, com que ench
e uma maneira sing
ouvido falar muito
a essa entidade, para mim desconhecida. Este nome anda-me já nos ouvidos, como um estribilho de cantiga popular; na est
citado a curiosidade
o de nem perguntar por ella. E de
a imagina? Annica, n?o
arnada como uma rom?, sobre quem os vestidos á moda assentam como pendurados de um cabide, as m?os cheias de anneis,
julgue-o por si já que
om
a dos Cannav
Excelle
do mundo, esteve por muito tempo sem sabe
os riam, por contagio, sem saberem de quê.
gdalena-confesse que o está lisonjea
m que, horas antes, esbo?ára rapidamente a figura esbelta da mo
a sua imperfei??o, está de accordo com
a vista para a
des
resultados s?o lastimosos, como estes. Perd?e-me o ori
em Henrique um o
delicado... ou pelo menos pouco amavel, se me n?o dirigisse d'essas phrases conceituosas e bonitas. Vive-se d'isso lá. Aqui acho-as affectadas e inuteis... Que quer? Influencias da scena. Ha tanta semcerem
ex.a já
lá e lá
bem s
que eu desejaria mu
e ouvir falar v. ex.a, só ao vêr certa distinc?
nto, que tem umas pou
interjei??o
p?r que é um symptoma da doen?a das cidades, a meu vêr, a principal doen?a, que o obrigou a procurar a aldeia; da iniquidade, da injusti?a, que faz á educa??o que se pode dar na provincia, ha de convencer-se dentro em pouco, quando eu lhe apresentar minha prima Christina, uma rapariga, que tem vivido aqui sempre e
v. ex
que hei de por for?a ter. N?o me s?a bem o impertinente tratamento de excellencia, que me dá. Essa excellencia está a ped
r ent?o q
o sr. Henrique sobrinho direito de D. Dorothéa, e teimando minha tia Victoria, a m?e d'estes pequenos e de Christina, que D. Dorothéa é ainda uma especie de nossa tia arredada, e como tal a tratamos, nós a final de contas vimos a ser uma especie de primos tambem. Pelo menos
ncipio falso, admittido pela fidalguia em Portugal, d
pois a
ajus
que ia diz
tinha estado muito tempo em Lisboa e
da. Seja; é um sacrificio inevitavel a quem se vê pela primeira v
crean?a uma fatia de quei
as, tranquillise-se. Eu sou filha
ta, sendo indigitado para ministro na primeira reforma ministerial, homem influente, de grande capacidade
mportancia no paiz, fitou Magdalena com olhar estupefacto: t?
lheiro Manuel B
s doze annos, e incompleta a educa??o que ella principiára a dar-me e para a qual, se vivesse, ella só bastaria. Fui pois obrigada a voltar a Lisboa, onde continuei com mestra a minha educa??o. Mas, ao chegar á idade dos quinze annos, receiando meu pae que os ares da cidade desenvolvessem em mim germens de molestia, que porventura tivesse herdado, mandou-me outra vez para aqui, onde sempre passava alguns mezes no anno, e para onde me chama
que a mais carinhosa
pae devo, em parte, o ter aprendido cedo e
edeu o conselhei
tinhas a fazer por ella, e como, pela sua parte ella nada faz por ti, enfastias-te, can?as-te de conceber, a cada momento, brinquedos novos. Tens raz?o; onze annos já n?o é idade em que o interesse se sustente com t?o pouco, é necessario mais. Ora dize-me, Lena,-continuou elle-se eu te mandasse vir uma boneca que movesse os bra?os e os olhos, que te sorrisse, que chorasse tambem, que te beijasse até...-Pois ha bonecas assim?-perguntei eu, admirada.-E desejaval-a?-Oh! se a houvesse!...-Trago-t'a ámanh?. N?o dormi aquella noite a pensar na boneca. No dia seguinte apresentou-me meu pae uma crean?a de um anno, orph? de uma pobr
affecta??o, sem deixar até de attender aos primos, o q
Cannaviaes-concluiu ella, desatando o babeir
prima Magdalena?-perguntou Henrique, tomando ao col
nto possuia; n'esse legado entrava a quinta dos Cannaviaes, de que sou proprietaria ainda. Foi uma como confi -é que eu sou realmente a morgadinha dos Cannaviaes. Quero dizer, minha madrinha vivia na quinta dos Cannaviaes, uma quinta que fica d'aqui perto. Era uma senhora velha, rica, elegante e muito caprichosa; chamavam-lhe todos a morgada dos Cannaviaes. Tomou-me ella affei??o, e, sempre que passeiasse, me havi
e sei a pessoa a quem elle pertence, pa
debaixo do desenho de phantasia que ahi fez, da mesma maneira que deu á humilde e fiel jumenta, que eu monta
respondeu
turaes, soccorri-me ao expediente das bellezas
enrique. Repare para essas arvores e ref
usta é comsigo, que se recuse a acceitar, como natur
a, que tem no collo, o está encarando com os olho
nten??o menos lisonjeira do que nas phrases que dissera, porque el
u, saltando, outra crean?a mais crescida, mas ainda d
; queres vêr o que o sr. Augusto s
a, parou a olhar com es
arianna, outra de minhas primas-accrescentou, voltando-se para Henrique.-Já vê que
trangeu por mais tempo; mostrando á prima a
n?o tive m
rria, examin
rianna, quando á mesma porta, por onde ella e
era um rapaz de pouco mais de vinte annos de id
n'aquelle typo um me
to, e havia em toda a sua figura certo ar de dis
abios, como habituados a fecharem-se á saida dos pensamentos in
a palavra, em tom de
eus discipulos
ha senhora-respon
-o a Henrique-o primeiro mestre de meu irm?o
Augusto-que de Angelo sou discipulo tam
s do que mestre, é amigo; assim como de todos nós. Este senhor-continuou ella, concluindo a ap
ram-se com affa
lo?-perguntou em se
ainda o corr
esse! Angelo n?o virá passar a festa comnosco? Pobre rapaz! Par
n'este momento na sala, trazendo um masso de cartas na m?o. Depois de c
ra o sr. Augusto escolher d'ah
Augusto, guardando-as
ler cartas!-disse a morg
ellas, vendo Augusto em disposi??es d
licen?a para me retirar. Tenho d
pequenas do brazileir
im, minha
?o essas
a lisonjear a vaidade do sobredicto brazileiro, se tomass
rtando a m?o a Magdalena que familiarmente
espiritos, que vivem e morrem ignorados e improductivos, porque os n?o aquece o sol do favor p
ndo-o por educar. A m?e, que era d'estes sitios, para ahi veio, depois que viuvou. Elle tem sido, pode dizer-se, mestre de si mesmo. Dirigiu os primeiros estudos de Angelo e hoje é o seu melhor amigo. A morgada, minha madrinha
talvez alg
oi temporario; agora, porém, espera meu pae fazel-o effectivo; para o
aspire a ser ministro. Mas com certeza o cora??
a da sua chegada! N?o o fiz logo, porque as sabia occupadas em umas longas novenas, em que andam; mas agora
o irm?o sai
Henrique-minha tia é uma santa senhora, cujo peor defeito é su